Parecia que o dia queria nos agradar. Um céu lindo, o sol e
sombras: tudo que precisávamos. Era um feriado, um feriado de sábado, e feriados
nos sábados tem valor para nós. Como a Oswald não iria abrir, combinamos um
ensaio no Parque da Juventude. Ótima ideia! Era nosso vigésimo terceiro
encontro, e como era um dia importante, por que não fazer um piquenique?
Foto com quase todos
os membros (Adriano chegou atrasado)
Superando nossas expectativas, o piquenique deu super certo, não
foi nada ‘Gatilho Furado’ (expressão criada nesse dia, explicarei logo mais).
Depois de carregar nossas energias e absorver todo o bom clima daquele ambiente,
começamos o alongamento, e em seguida o exercício do ‘pega-pega do louco’ (um
exercício o pegador é o “louco” e os restantes são pessoas “normais”). O
exercício não durou muito, pois o cansaço e o calor não nos permitiram
prosseguir. Depois de uma pausa para recuperar o fôlego (realmente o pega-pega
foi bem cansativo), começamos com um exercício de representação/dublagem/improviso
(com dois em cena e dois para dublagem, sendo que quem dublava não tem ideia do
que vai acontecer na cena), resultando em risadas, erros e acertos.
Mais uma pausa para a comilança e um casal com dois animais
interessantes passou por nós e começamos, aos cochichos, a tentar entender que bichos
eram aqueles. Parecia tão simples descobrir, mas alguns viajavam nas deduções.
Eis então que alguém decidiu ir vê-los de perto, e em poucos segundos, toda a trupe
em volta dos bichos, que na verdade eram furões. Ficamos todos encantados e
apaixonados pelo animal, e começamos a viajar na hipótese de um mascote para a
Gatilho Verbal, mas Gatilho Verbal não tem muito a ver com furões, e se fosse..
Gatilho Furado? Gatilho Furado! Como se algo que deu errado, isso é muito
Gatilho Furado! Pegou! Acabou virando um tipo de gíria da trupe.
Deixando a moleza e os trocadilhos, finalmente chegou a hora
de ensaiar, cada um com seu texto em mãos, mas... Cadê a mesa? Cadê a sala? Escritório?
Cenário? Tudo em nossa volta era verde e em ar livre, o jeito foi se adaptar ao
ambiente da melhor forma possível e (graças!) deu certo!
Para não ter que revelar partes do texto da peça, preferi não
dar muitos detalhes do ensaio, apenas digo que nos divertimos e superamos
algumas dificuldades dentro de cada um, porque a cada ensaio é isso, uma
superação e alegria para nós. Estar um lugar assim exigiu um pouco de adaptação
com o barulho e o lugar, tendo mudanças vocais e corporais. Isso foi um pouco incômodo,
mas super válido.
E o dia começou como terminou; céu lindo, o sol e uma sombra,
a sombra do que acabou de se passar, a sombra do intocável que é uma lembrança que,
por mais que você queira revivê-la, ela sempre vai estar lá parada atrás de
você, no passado, mas nunca deixa de estar por perto, e vai ser assim sempre. Esse
dia vai ser uma sombra que sempre estará perto de nós e que não será esquecida.
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