domingo, 17 de novembro de 2013

sozinho num lugar cheio de gente

Começamos os ensaios no Centro Cultural São Paulo (CCSP) já nos perguntando se isso afetaria o nosso rendimento, de alguma forma. De fato, as silenciosas e privativas salas da Oficina Cultural Oswald Andrade nos fazem falta, embora tenhamos sempre que nos conscientizar que teatro em geral não deve depender do espaço para acontecer - deve ser uma linguagem universal, própria para qualquer local.
Apesar de bonito, o CCSP é barulhento - sempre tem um montão de gente dançando, falando alto ou ensaiando alguma peça - e tudo isso mexe diretamente com a nossa concentração. De qualquer forma, o lugar é bonito, até inspirador.
O nosso tema: "Sozinho num lugar cheio de gente"
Foto: Nathália Ract
Continuamos com os ensaios da trupe, percebendo logo que temos que nos esforçar bem mais para nos ouvir e para direcionarmos nossos pensamentos à nossa arte, tentando ignorar tudo o que acontece ao redor. Há locais que são bons para ensaio, como o salão da bilheteria e também os jardins que ficam na parte de cima do prédio. Talvez seja apenas uma questão de adaptação. Confortável ou não, é certo que esse novo exercício vai nos ajudar bastante na eterna luta contra os nossos bloqueios e preconceitos. O teatro serve pra isso também, aliás. Ao percebermos que a peça vai demorar um tempinho a mais para, enfim, ficar pronta, decidimos finalizar o ano de 2013 com outro projeto - mais simples, mas que também vai nos ajudar bastante.
Decidimos fazer um sarau. Ele vai acontecer no dia 14 de dezembro e, agora, só nos resta encontrar um local para isso. Avisaremos com antecedência, é claro. Neste último encontro, escrevemos alguns temas, picamos papeis, misturamos e selecionamos um, na sorte, como se fosse amigo secreto. O tema no qual teremos que pautar todas as nossas apresentações é "Sozinho num lugar cheio de gente". De fato, um tema curioso e bem amplo.
Trupe Gatilho Verbal no CCSP.
Foto: Nathália Ract
A frase remete, inclusive, ao grupo, principalmente nessa nova fase, na qual temos que frequentar um lugar cheio de gente, ingressar nesse mar de rejeições e bloqueios que, ao mesmo tempo, vai nos fortalecer, mexendo com nossas inibições e traumas mais profundos. Enfim, ainda bem que o tema não é "cachorro-quente" (sim, havia essa possibilidade).
Cogitamos a possibilidade de realizar esse sarau no Parque da Água Branca, perto do metrô Barra Funda, e fomos até lá. Realmente, o lugar é bem bonito, mas um pouco largado, cheio de cocô de galo, pomba e pato, mas achamos melhor não fazer lá, principalmente por causa do ruído dos eventos barulhentos que costumam acontecer ali perto nos fins de semana.
Depois de passarmos uma tarde anotando algumas ideias para o sarau, que acabaram virando diário de bordo (uma tradição nossa, de relatar nosso encontro com algum texto, desenho, poesia, enfim), o tema já está mais borbulhante em nossas mentes. Quanto ao local do sarau? Decidimos que será num salão de festas, cujo preço será bem em conta - apenas R$ 3,75 pra cada membro da trupe! - chequem na agenda para saberem mais informações sobre esse evento! Vai ser legal.

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