segunda-feira, 11 de maio de 2015

ensaio sobre a mentira

                                                                 Foto: Trupe Gatilho Verbal       


Age só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (Fundamentos da Metafísica dos Costumes, 2004, p.51)


Immanuel Kant foi um filósofo prussiano, e um dos grandes nomes da filosofia moderna.
Uma de suas pautas mais comentadas é a mentira, e seu dever moral para com nossas ações cotidianas. Seus ensaios sobre a moral foram extensos e deram origem aos Imperativos Categóricos, cujo o primeiro e principal encontra-se no início desta postagem.

Partindo do entendimento deste imperativo de que só se pode ser moral se for racional e que, para tanto, é necessário abominar as negações e preservar unicamente a verdade, podemos questionar as inúmeras razões atuais que nos levam (ou levariam) a sermos incorretos e imorais, ou em palavras mais simples, mentirosos.

A mentira está presente numa entrevista de emprego cujo anúncio da vaga exige língua estrangeira de nível intermediário. Sabendo que não se enquadra nas especificações necessárias, o indivíduo concorrente, no impulso do desejo por conquistar seu objetivo, modifica a verdade de forma que sua língua estrangeira ultrapassa o nível real que tem, em palavras mais simples, o candidato ao emprego mente e diz ter sim uma língua estrangeira em nível intermediário. Fato recorrente, não?

Há também quem minta para os pais sobre sua nota em uma prova ou trabalho, sabendo que isso poderia acarretar em brigas e nervosos desnecessários. Mentir levaria o aluno a se prejudicar no ensino? Talvez, mas e se isso fosse apenas uma maneira de evitar desgastes físicos e psíquicos momentâneos e que, no fim, não afetariam sua aprovação? Muda o peso de bem ou mal em mentir?
Nós mentimos, nós somos seres mentirosos, e estamos mentindo praticamente todos os dias e em todo instante. Mentimos por brincadeira, mentimos para facilitar algo, e também mentimos para salvar uma vida, para ajudar alguém, para evitar problemas que podem ser evitados (já que sobre tantos outros não temos controle) e mentimos afim de tornar uma condição difícil que é o estado chamado de “vivo”, minimamente mais sutil e fácil, alcançando talvez, o menor grau possível do que entendemos como “bom”.


Aliás, menti nesse texto ao tentar esboçar um artigo ou estudo filosófico, uma vez que este que vos fala não teria (de acordo com os parâmetros acadêmicos) moral e embasamento para dissertar sobre tal tema.

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