Foto: Trupe Gatilho Verbal
“Age só segundo máxima tal que possas ao
mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (Fundamentos da Metafísica dos Costumes, 2004, p.51)
Immanuel
Kant foi um filósofo prussiano, e um dos grandes nomes da filosofia moderna.
Uma de suas pautas mais comentadas é a mentira, e seu dever moral para com
nossas ações cotidianas. Seus ensaios sobre a moral foram extensos e deram
origem aos Imperativos Categóricos, cujo o primeiro e principal encontra-se no
início desta postagem.
Partindo
do entendimento deste imperativo de que só se pode ser moral se for racional e
que, para tanto, é necessário abominar as negações e preservar unicamente a
verdade, podemos questionar as inúmeras razões atuais que nos levam (ou
levariam) a sermos incorretos e imorais, ou em palavras mais simples, mentirosos.
A
mentira está presente numa entrevista de emprego cujo anúncio da vaga exige
língua estrangeira de nível intermediário. Sabendo que não se enquadra nas
especificações necessárias, o indivíduo concorrente, no impulso do desejo por
conquistar seu objetivo, modifica a verdade de forma que sua língua estrangeira
ultrapassa o nível real que tem, em palavras mais simples, o candidato ao
emprego mente e diz ter sim uma língua estrangeira em nível intermediário. Fato
recorrente, não?
Há
também quem minta para os pais sobre sua nota em uma prova ou trabalho, sabendo
que isso poderia acarretar em brigas e nervosos desnecessários. Mentir levaria
o aluno a se prejudicar no ensino? Talvez, mas e se isso fosse apenas uma
maneira de evitar desgastes físicos e psíquicos momentâneos e que, no fim, não
afetariam sua aprovação? Muda o peso de bem ou mal em mentir?
Nós
mentimos, nós somos seres mentirosos, e estamos mentindo praticamente todos os
dias e em todo instante. Mentimos por brincadeira, mentimos para facilitar algo,
e também mentimos para salvar uma vida, para ajudar alguém, para evitar
problemas que podem ser evitados (já que sobre tantos outros não temos
controle) e mentimos afim de tornar uma condição difícil que é o estado chamado
de “vivo”, minimamente mais sutil e fácil, alcançando talvez, o menor grau
possível do que entendemos como “bom”.
Aliás,
menti nesse texto ao tentar esboçar um artigo ou estudo filosófico, uma vez que
este que vos fala não teria (de acordo com os parâmetros acadêmicos) moral e
embasamento para dissertar sobre tal tema.
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